top of page
Buscar
  • Foto do escritorAlípio Neto

Escassez de Medicamentos na Rede Pública de Saúde é Discutida em Audiência na Câmara

Segundo o balanço apresentado na audiência, a Sesau já conta com 203 medicamentos em estoque disponíveis para a população.


A constante falta de medicamentos na rede pública de saúde de Campo Grande foi tema de debate, na manhã desta segunda-feira (15), na Câmara Municipal. A audiência foi convocada pela Comissão Permanente de Saúde, composta pelos vereadores Dr. Victor Rocha (presidente), Prof. André Luis (vice), Dr. Jamal, Tabosa e Dr. Loester.


“É um tema recorrente dentro da saúde pública de Campo Grande. Fizemos vistorias e há falta de medicamentos e uma deficiência de informação, pois boa parte desses medicamentos são distribuídos pela Farmácia Popular, e muitas vezes o usuário não sabe”, afirmou o vereador Prof. André Luís.


“Queremos ouvir todas as partes envolvidas para tentar uma melhor solução. De que maneira nós, do poder público, poderemos diminuir esse problema? Precisamos melhorar os sistemas e saber que forma podemos otimizar para haver uma solução adequada”, acrescentou.


Desde 2015, tramita na Justiça uma Ação Civil Pública proposta pelo MPE (Ministério Público Estadual) para tentar resolver o problema da falta constante de medicamentos. Segundo o vereador Dr. Victor Rocha, as reclamações chegam frequentemente aos parlamentares. Ele sugeriu ainda uma auditoria para fazer o levantamento das compras de medicação e a reabertura da farmácia da UPA Universitário.


“Muitas vezes, a população vai ao posto pegar uma medicação e temos visto uma constância de reclamação. Quando tem dipirona, não tem paracetamol. Aqui é a caixa de ressonância da população e temos recebido essa demanda. No início do ano, tínhamos 40% de falta de medicamentos. De 250 medicamentos básicos, mais de 100 estavam em falta ou com estoque reduzido”, lembrou.


A secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, detalhou: quando assumiu a pasta, em fevereiro, dos 243 medicamentos da rede, 107 estavam em falta, tanto na rede, como no almoxarifado. Hoje, segundo o balanço apresentado na audiência, a Sesau já conta com 203 medicamentos em estoque disponíveis para a população. O investimento no período passou de R$ 7,5 milhões.


“Me incomoda muito um usuário que, muitas vezes, não ganha um salário mínimo, ter que tirar do bolso medicação que é nossa obrigação, mesmo que seja R$ 10 ou R$ 20. Infelizmente, temos uma carga de doença muito grande e nossa população tem um consumo elevado. Vamos fortalecer nossa rede com protocolos e planejamento, supervisionar os processos, e sempre avaliar. Esse é o segredo de uma boa gestão”, afirmou.


Para a conselheira Maria de Lourdes Oshiro, do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul, manter as prateleiras das farmácias cheias é um desafio para o poder público. “A luta é grande, a gente vê que todos estão empenhados em ter medicamentos para todas as pessoas que necessitam de tratamento. Fico bastante satisfeita por estar aqui como servidora e poder participar dessa audiência. Que a gente possa contribuir para todas essas questões que envolvem o medicamento”, disse.


A vice-presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul, Rosimeire Fernandes Arias Lima, afirmou que a Secretaria de Saúde deve ser comandada com profissionalismo. “O problema na Saúde é falta de tudo, de exames, de uma atenção básica mais firme. Hoje, estamos realmente com uma secretária de saúde de peso e que realmente entende de saúde”, garantiu.


Em sua fala, o vereador Sandro Benites, que foi secretário de Saúde, afirmou que a falta de remédios sempre aconteceu. “Infelizmente, dentro da Prefeitura, a secretária, hoje, é ordenadora de despesa. Ela é responsável pela compra de medicamentos. Porém, a gente só compra através da Secretaria de Compras. Isso é uma burocracia gigantesca que você não consegue corrigir no final de uma gestão. É preciso que a secretária tenha autonomia, ou então a gente entra na vala comum”, defendeu.

Comments


bottom of page