Deputado Renato Câmara (MDB) já afirmou que defende candidatura própria do MDB à prefeitura em Dourados; jogada é conhecida no meio político
Valorizar o passe do candidato ou do partido. A "jogada" é conhecida no meio político e acontece com muita frequência meses antes das eleições. Em Mato Grosso do Sul, já tem muita gente fazendo isso e a intensidade aumenta a cada dia.
Em Dourados, o deputado estadual Renato Câmara (MDB) já espalhou aos quatro cantos que defende candidatura própria do MDB à prefeitura do segundo maior município de Mato Grosso do Sul.
“Não sou só eu. Posso ser candidato, mas temos o presidente da Câmara, o Laudir (vereador Laudir Munaretto), temos o vereador Olavo Sul e vamos estimular novas candidaturas para que o partido possa amadurecer bem essa ideia e, através deste debate, propor um projeto para Dourados”, declarou Renato Câmara, que também é candidato à presidência do diretório no município.
No caso específico do deputado, a "artimanha" já é bastante conhecida. Ele usou o mesmo "modus operandi" nas eleições municipais de 2020. Na ocasião, Renato Câmara quis "valorizar o passe" em Dourados para negociar apoio governista e de outros partidos para a candidatura do irmão, Rogério Câmara, no município de Ivinhema.
Com a "ameaça" de sair candidato e embolar a disputa eleitoral em Dourados nas últimas eleições, Renato, no fim das contas, acabou "rifando" o MDB na segunda maior cidade do Estado para privilegiar o projeto pessoal e da família em Ivinhema. Apesar da manobra, Rogério Câmara (5.921 votos) foi derrotado pelo então democrata, Juliano Ferro (6.680 votos), hoje filiado ao União Brasil.
E não ficou nisso. O MDB acabou saindo prejudicado em Dourados. A legenda que tinha quatro representantes da Câmara Municipal conseguiu eleger apenas dois vereadores.
Outro nome
Também em Dourados, outro nome já vem projetando as tradicionais táticas de "valorização de passe". O ex-deputado e radialista Marçal Filho (PP) é conhecido por se projetar durante meses e depois "pular do barco" mediante acordos políticos. Marçal tem como arma a sua rádio 94 FM, que é usada sistematicamete para fazer apelos políticos durante a programação.
Marçal tem dito que, desta vez, será sim candidato à Prefeitura de Dourados, tanto que já está fazendo campanha antecipada nos microfones da 94. "Me ajudem a ser prefeito de Dourados", diz Marçal com frequência na programação.
Para comprovar que está "falando sério", Marçal agora anda de Fusca pelos bairros da cidade visitando ouvintes/eleitores. Porém, o fusca adesivado por Marçal para fazer campanha não reflete em nada a realidade da conta bancária do candidato. Segundo ele próprio informou à Justiça Eleitoral, Marçal é dono de uma fortuna de quase R$ 9 milhões, incluindo imóveis dinheiro em conta corrente e aplicações financeiras.
Disputa em Dourados
Além de Marçal Filho e Renato Câmara, outros nomes já se colocam como possíveis candidatos à prefeitura da cidade. A deputada estadual, Lia Nogueira (PSDB) já pensa em abandonar a cadeira na Assembleia Legislativa para tentar a vaga no Executivo. O deputado federal, Geraldo Resende (PSDB) também já sinalizou que pode ser candidato, assim como o veterano Zé Teixeira (PSDB), que recentemente vem travando um briga com o governo de Eduardo Riedel por mais espaço político no governo.
Pelo PT ainda não há nome definido. Apenas o professor Tiago Botelho, ex-candidato ao senado, tenta emplacar sua candidatura na disputa pela prefeitura, mas dentro do partido o nome dele ainda não é consenso. E a situação complicou ainda mais para o professor que acabou se envolvendo numa polêmica recente pelas redes sociais ao misturar política com religião.
Já o atual prefeito, Alan Guedes (PP) faz questão de não entrar na disputa antecipada. "Não é hora de falar em eleição", desconversa.
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